Arnaldo Jabor, jornalista e diretor do Cinema Novo, morre aos 81 anos em São Paulo 15/02/2022 - 10:00

O cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos, morreu na madrugada desta terça (15) em São Paulo. Jabor foi diretor de grandes sucessos do cinema brasileiro, como "Toda Nudez Será Castigada" (1973), "Eu Te Amo" (1981) e "Eu sei que vou te amar" (1986), este indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes.

Ele estava internado desde dezembro passado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Jabor havia sido hospitalizado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a família, ele faleceu por volta da meia-noite, em decorrência de complicações do AVC.

CARREIRA - Formado no ambiente do Cinema Novo, Jabor participou da segunda fase do movimento, um dos maiores do país - cujo principal nome foi Glauber Rocha. Em sua trajetória, ficou conhecido por retratar questões políticas e sociais do Brasil, inspirado no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. 

Mais tarde, a partir de 1991, tornou-se colunista de telejornais da TV Globo, sempre com tiradas apimentadas. Nesta seara, passeou pela crônica e literatura. Seus dois últimos livros, "Amor É prosa, Sexo É poesia" (Editora Objetiva, 2004) e "Pornopolítica" (Editora Objetiva, 2006) se tornaram best-sellers. Arnaldo também ficou eternizado na música, pois a letra da canção "Amor e Sexo", sucesso de Rira Lee, foi tirada de um de seus artigos. 

Mas o sucesso também trouxe efeitos colaterais. Diversos textos que circulam pela internet são falsamente creditados a Arnaldo Jabor. No dia 3 de novembro de 2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, reclamando que a era digital não era para ele.

 

Atualizado em 15/02/2022, às 14h22