Banda Mulamba anuncia fim das atividades com carta para os fãs e shows de despedida 03/05/2023 - 14:32

Cristiano Castilho e Jéssica Herlain*

Depois de pouco mais de sete anos, a banda curitibana Mulamba anunciou nesta quarta-feira (3), em comunicado em seu Instagram, o fim das atividades. “E como o mundo é grande e as estradas são muitas, com a sensação de dever cumprido e mensagem transmitida, chegou a hora de quem caminha nessa trilha continuar seu rumo, só não mais como banda”, diz o texto (leia íntegra abaixo).

A Mulamba foi formada em meados de 2015 por Amanda Pacífico (vocal), Cacau de Sá (vocal), Caro Pisco (bateria), Érica Silva (guitarra), Fer Koppe (violoncelo) e Naíra Debértolis (baixo), e deixou marcas na música brasileira, muito devido à sua força poética, e à musicalidade ímpar, que vai do rock a influências eruditas. As artistas da Mulamba são contundentes em reiterar os anseios e as inquietações de quem transforma a luta pela igualdade de gênero em batalha diária. Foi, como se diz, como um furacão (dos bons), que reforçaram o protagonismo feminino na música nacional.

A Mulamba lançou três discos: “Mulamba” (2018), com ótima repercussão de crítica e público, além de “Mulamba: Ao Vivo em Estúdio” (2021) e “Será Só Aos Ares” (2022). Na Rádio Educativa, a banda sempre teve espaço e atenção. Músicas como “Interestelar” e “BENÇA” fazem parte da programação, e já figuraram entre as “15 Mais” da emissora. Em 2021, pelo clipe de “Lama”, a Mulamba foi indicada no WME Awards by Music2!, primeiro prêmio totalmente dedicado às mulheres musicistas, cantoras e artistas.

Como despedida, a Mulamba faz três shows gratuitos em São Paulo: em 4 de junho, no Centro Cultural Tendal da Lapa, às 16h; no dia 8 de junho, no Centro Cultural Diversidade Sul Pinheiros, às 8 da noite; e no dia 18 de junho, durante o WME Conference, na Casa Natura Musical. Para todas as apresentações, os ingressos são gratuitos.

Leia o comunicado na íntegra:
“Uma história é construída junto, nós construímos uma história e formamos uma família há mais de sete anos. O começo foi como tem que ser todo começo, despretensioso e único. Cada pessoa e sua singularidade, formando a potência chamada MULAMBA. A banda nasceu de uma simples ideia de fazer um som em homenagem à Cassia Eller e outras artistas, que entre um som e outro tocava uma autoral e assim foi. 

Chegamos aqui, 2023, dois discos, muita estrada, asfalto, mato, show em boteco, teatro, festival, na rua, na praça, risada, muito perrengue, coisa séria, brincadeira, som bom, muito bom, na verdade. Junção de coração bonito e mais som. Foram mais de sete anos de muita coisa, e chegou a hora de pisar no freio, voltar pra casa ou sair dela, hora de descansar o coração ou acelerar mais ainda.  

A gente simplesmente não tem palavras pra agradecer a esse mundo de gente que acreditou na MULAMBA. Todo afeto que recebemos, guardamos no coração! Agradecemos o crescimento que tivemos em cada show, agradecemos a quem nos fez teatro, poesia e até questão de prova de escola e faculdade. 

Isso que é importante, saber que somamos de alguma forma! Assim como somaram conosco para que a banda acontecesse: produção, diretoras, atrizes, vídeo, áudio, fotografia, limpeza, montagem, som, palco, nossa… é tanta coisa que não dá pra enumerar aqui!

Acima de tudo, agradecemos ao público, aos fãs, nossas famílias, amigues, sem vocês isso nunca teria acontecido, nunca teria sido possível e isso é inestimável, ecoar em coro em suas vozes sempre é emocionante. E como o mundo é grande e as estradas são muitas, com a sensação de dever cumprido e mensagem transmitida, chegou a hora de quem caminha nessa trilha continuar seu rumo, só não mais como banda.

Nos encontraremos no trajeto da vida, e que essa força, chamada MULAMBA, perdure, e que nossa música continue ressoando nos quatro cantos. 

Que seja um novo despertar. Fica nosso abraço, nosso som, nosso carinho e nosso amor a quem nos acompanhou até aqui.

Valeu, gente!"

*Estagiária, sob supervisão de Cristiano Castilho