Cinco discos brasileiros para ouvir neste 13 de maio 12/05/2022 - 16:59

Não é tarefa das mais fáceis escolher cinco, e apenas cinco, álbuns nacionais para simbolizar este 13 de Maio. E isso é simbólico. Nesta pequena, mas fundamental lista, te apresentamos (aleatoriamente) alguns discos brasileiros que sintetizam essa união histórica e artística entre o Brasil de hoje e seu antepassado negro, escravizado, e essencial na construção da nossa musicalidade. Vamos lá:

 

refavela

REFAVELA
Lançado em 1977 por Gilberto Gil, “Refavela” continua sendo um dos álbuns mais importantes para a música brasileira, em especial para a música negra. Sua sonoridade é fortemente influenciada por ritmos africanos. Isso porque a ideia para o álbum surgiu durante uma viagem de Gil à Nigéria. De quebra, Gil conheceu o musico, multi-instrumentista e pioneiro do afrobeat Fela Kuti. E aí houve um pequeno big bang.

 

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ESÚ
O rapper, cantor e compositor baiano Baco Exu do Blues é um dos nomes do momento da música brasileira. Esteve no topo das paradas do Spotify recentemente, com seu mais novo álbum, “QVVJFA” (2022). Mas em 2017, Baco mergulhou na religiosidade, nos conflitos e na revolta dos pretos brasileiros. “Esú”, seu disco de estreia, faz referências (e reverências) à música africana e nordestina. E empresta samples de vários artistas fundamentais, como Chico Science e Novos Baianos.

 

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ELZA NEGRA, NEGRA ELZA
Essa é difícil. Escolher um único álbum de uma das maiores cantoras do mundo e de uma das vozes mais expressivas do ativismo negro não é para qualquer um – então desculpem o auê. A carreira de Elza Soares sempre foi marcada por ousadia, resistência e muito talento. Em “Elza Negra, Negra Elza”, lançado em 1980, ela interpreta como nunca. São 10 faixas incontornáveis que traduzem com fidelidade a trajetória daquela que cantou até o fim.

 

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ÁFRICA BRASIL
O título é autoexplicativo. Décimo quarto álbum de Jorge Ben Jor, “África Brasil” foi lançado em LP em 1976. O disco representou um marco na carreira de Ben, que definitivamente trocou o violão pela guitarra. Assim, o artista consolidou uma fusão de gêneros musicais e de técnicas que dialogam com a música afro-brasileira e a música pop negra dos Estados Unidos. Sucesso absoluto, “Alma Negra” foi eleito o 22º álbum em lista dos 50 “mais legais do mundo” pela revista Rolling Stone.

 

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DO MEU CORAÇÃO NU
Foi como um milagre. “Do Meu Coração Nu”, terceiro disco de Zé Manoel, chegou no final de 2020, como que para alentar um país inteiro. O cantor, compositor e pianista pernambucano construiu uma espécie de crônica ancestral, e mesmo assim muito contemporânea, sobre os assuntos que nos perpassaram nestes últimos anos de desvario civilizatório: o racismo, a violência dirigida, o preconceito estabelecido, o não saber da nossa própria história.