Cinco obras imperdíveis no Mês do Orgulho LGBTQIA+ 28/06/2023 - 15:00

Junho é o Mês do Orgulho, data temática em que se coloca em destaque a emancipação das pessoas LGBTQIA +. O mês é escolhido por conta da Revolta de Stonewall, evento ocorrido em 28 de Junho de 1969, quando uma rebelião se instaurou no bar Stonewall em Nova York contra as forças policiais, que tentavam prender homossexuais, transexuais e travestis. 

Para além de uma necessária luta política, os direitos da comunidade LGBTQIA + perpassam todas as facetas da realidade, sobretudo a cultura e a arte em - suas diferentes formas de ser e amar. A Educativa indica três filmes e dois livros para celebrar esta data.

“Felizes Juntos” (1997)
Direção: Wong Kar-Wai 
Depois de certo tempo, as lágrimas derramadas por um coração partido secam, restando apenas memórias embaçadas de um tempo que não existe mais. Ou pelo menos é isso que Wong Kar-Wai propõe em seu filme “Felizes Juntos”, primeiro e único romance não hétero em toda a filmografia do chinês, conhecido por suas películas com amores efêmeros. Na história, Lai-Yiu-Fai (Tony Leung) e  Ho Po-wing (Leslie Cheung) são um casal de homens que vão para Argentina para aproximar sua relação, porém se distanciam cada vez mais no novo país. “Felizes Juntos” está disponível para assistir na Mubi

“Deserto Particular” (2021)
Direção: Aly Muritiba
Mais que uma obra do cinema queer, “Deserto Particular” fala de outro caráter central nas discussões de gênero: a afirmação contraditória da masculinidade brasileira. Produzido pela Grafo Audiovisual, o longa curitibano conta a história de Daniel (Antonio Saboia), policial que, após ser afastado de seu cargo por uso desmedido da força, parte em busca da mulher que se apaixonou por mensagem, em uma jornada literal e metafórica de autoconhecimento. “Deserto Particular” está disponível para assistir na HBO Max

“Devassos no Paraíso” (1986)
Autor: João Silvério Trevisan
Sério, informativo e divertido, “Devassos no Paraíso” é o livro mais completo sobre a história da homossexualidade no Brasil, com todas as suas idiossincrasias, hipocrisias e resistências possíveis. O escritor, jornalista, cineasta e dramaturgo João Silvério Trevisan faz um panorama visceral do relacionamento homoafetivo no país, em diálogo com diversos campos do conhecimento (como a psicologia e a política) e da cultura (como o cinema e a literatura). Desde sua primeira edição, em 1986, “Devassos no Paraíso” atravessou gerações e serviu para impulsionar ações emancipatórias e pesquisas sobre gênero e sexualidade. A edição mais recente, de 2018, tem novos capítulos, texto atualizado sobre conquistas e direitos LGBT e fotos históricas. Um livro-monumento fundamental.

“O Retrato de Dorian Gray” (1890)
Autor: Oscar Wilde
Uma das obras fundamentais da literatura moderna, “O Retrato de Dorian Gray” reinterpreta o mito de Narciso para a Inglaterra em meio à sua maior convulsão social: a Revolução Industrial. Jovem de posses e estimável beleza, Dorian Gray inverte a realidade da vida ao perceber que seu retrato envelhece, ao passo que ele permanece jovem. Dorian, portanto, deixa o hedonismo tomar conta de sua vida. Com temáticas homossexuais veladas, a obra do irlândes Oscar Wilde foi censurada, e excertos foram usados contra seu criador para incriminá-lo por sua orientação sexual na época.

“Tudo Sobre Minha Mãe” (1999)
Direção: Pedro Almodóvar
A noite em que Esteban (Eloy Azorín) é atropelado também marca um pedido que ele fez à Manuela (Cecilia Roth), sua mãe: conhecer seu pai. Com o caderno de seu falecido filho em mãos, nossa protagonista cruza a Espanha para cumprir sua promessa e encontrar o pai, que na verdade é mãe. “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, é uma das várias películas de Pedro Almodóvar que versam sobre a realidade LGBTQIA +, refletindo também sobre as questões maternas que a atravessam. “Tudo Sobre Minha Mãe” está disponível na Amazon Prime Video, Netflix, Google Play e Apple TV.