Educativa indica: 10 filmes imperdíveis do Olhar de Cinema 12/05/2023 - 14:58

O Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba divulgou a seleção dos filmes para a edição deste ano (a 12ª de um dos principais festivais de cinema do país). São nada menos do que 87 produções. Obras do mundo inteiro e de diversas décadas. Para facilitar a sua vida, cinéfilo de plantão, a Educativa pinçou alguns destaques - que se justificam pela sua importância histórica, pela raridade ou pela temática. O Olhar de Cinema rola entre 14 e 22 de junho, no Cine Passeio e no Cineplex Novo Batel. Os ingressos estarão à venda a partir de segunda-feira (15/5). Confira a nossa seleção:

“Jeanne Dielman 23, Quai du Commerce 1080 Bruxelles” (1975)
Direção: Chantal Akerman
“Jeanne Dielman” conta a história de uma belga dona de casa ao longo de três dias, mostrando sua rotina e revelando detalhes de sua vida por meio de uma perspectiva feminista. O filme é considerado um marco no cinema de vanguarda, sendo elencado ano passado pela revista britânica Sight And Sound como o melhor filme de todos os tempos, por meio de uma votação de milhares de críticos, que acontece a cada dez anos. 

“Casa Izabel” (2022)
Direção: Gil Baroni
“Casa Izabel” é a obra de abertura do Festival. Vencedor do Prêmio de Melhor Filme do Festival de Cinema de Pernambuco em 2022, a produção paranaense conta a história de homens crossdressers da elite econômica, que se refugiam em uma Casa Grande durante a ditadura. A expectativa é grande pelo novo filme de Gil Baroni, cineasta natural de Guarapuava, que ganhou destaque com o filme “Alice Júnior” (2019), destaque da Netflix. 

“Videodrome - A Síndrome do Vídeo” (1983)
Direção: David Cronenberg
O cineasta canadense David Cronenberg é o foco do “Olhar Retrospectivo”, mostra que exibe seis longas dos primeiros 25 anos de carreira do cineasta canadense, conhecido por filmes como “A Mosca” (1986). Uma de suas principais obras, “Videodrome”, é certamente uma que mais se traduziu bem para o século XXI. O filme trata da história de Max Renn (James Woods) e sua perda de sanidade após se deparar com o programa Videodrome, que exibe cenas de tortura e violência. 

“A Portas Fechadas” (2023)
Direção: João Pedro Bim
“A Portas Fechadas” é um documentário ganhador do 29º Prêmio Nascente USP que consiste na junção de imagens de arquivos de propaganda governamental da ditadura e o áudio gravado da reunião em que oficiais discutem o AI-5, em uma mistura que choca pela diferença da realidade aparente e a escondida por quatro paredes.

“Salomé” (1923)
Direção: Charles Bryant e Alla Nazimova
Junto com “Jeanne Dielman”, “Salomé” é um dos filmes dirigidos por mulheres exibidos na mostra “Olhares Clássicos”. O filme silencioso aborda temas importantes sobre a questão LGBTQIA+ e o papel da “femme fatale” no cinema, mesmo que de maneira velada. “Salomé” é baseado em uma peça de Oscar Wilde, escritor perseguido em sua vida pelas temáticas homossexuais presentes no livro “O Retrato de Dorian Gray” (1890).

“Agressor” (2023)
Direção: Jennifer Reeder
Filme de encerramento do festival, “Agressor” é um dos representantes da nova onda de horror do cinema norte-americano, consequência da ascensão do cinema independente nas últimas décadas. Obras de horror geralmente usam o medo como elemento discursivo para evidenciar problemas em sua sociedade, e “Agressor” não difere disso: ao contar a história da jovem Jonny (Kiah McKirnan) e os mistérios envolvendo sua cidade, o filme fala também da violência de gênero da sociedade americana.

“Kanau’Kyba” (2021)
Direção: Gustavo Cacoco
Outro filme da sessão competitiva de curtas-metragens, “Kanau’Kyba” é uma coprodução entre Paraná e Roraima, e seu nome significa “caminho das pedras” na língua indígena wapichana. A animação, com estilo único, atravessa paisagens brasileiras para mostrar que a memória dessa população não foi apagada.

“Solange”
Direção: Nathália Tereza, Tomás Osten
O filme, presente na mostra “Mirada Paranaense”, é um exemplo do cinema minimalista, focando apenas em uma personagem, com interpretação de Cássia Damasceno, em um retrato delicado do cotidiano. 

“Humano Não-Humano” (2023)
Direção: Natan Castay
É impossível não falar de cinema contemporâneo que não aborde, de alguma maneira, a internet. O filme conta a história de um homem que passa seus dias censurando os rostos de pessoas no Google Street View, por um centavo cada, ato que o leva ao longo do filme questionar a diferença entre o ser humano e o robô.

“A Rainha Diaba” (1974)
Direção: Antonio Carlos de Fontoura
Nesta obra, Milton Gonçalves (1933-2022), um dos mais importantes atores do Brasil, atua no papel de um bandido conhecido como “Rainha Diaba”, traçando paralelos com Madame Satã, famoso transformista brasileiro, em um retrato da vida marginal no Rio de Janeiro e uma das obras mais emblemáticas dos anos 70. 

SERVIÇO
Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba
Onde: Cine Passeio e Cineplex Novo Batel
Quando: De 14 a 22 de junho
Ingressos: à venda a partir de 15 de maio
Mais informações: olhardecinema.com.br