Mais empresas estão recorrendo à redução do tamanho das embalagens e à mudança na composição dos produtos para repassar o aumento de custos ao consumidor final, observa o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Segundo a ONG, no ano passado, casos do tipo já eram registrados, no entanto, a alta da inflação no Brasil nos últimos dois anos têm levado a cada vez mais empresas, de diversos setores, a adotar esse tipo de prática. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, acumulava, em maio, taxa de quase 12% em 12 meses. De maio de 2020 a maio deste ano, a inflação medida pelo índice chega a 20%.

O amplo uso da redução de embalagens e a diminuição das quantidades normalmente vendidas levaram ao uso do termo reduflação para se referir à prática. A quantidade ou qualidade de produto é menor, mas o preço não é reduzido ou não é reduzido na mesma proporção da diminuição da embalagem. Assim, a empresa tenta evitar o desgaste do aumento direto de preços.

Uma portaria da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor regulamenta alterações no tamanho e quantidade de produtos vendidos nas embalagens, definindo que as mudanças devem ser informadas em destaque nos rótulos por 180 dias. Segundo o Idec, as empresas têm usado estratégias que apostam na desatenção do consumidor. O mesmo produto é vendido em duas embalagens muito parecidas, mas, em uma delas, com menos quantidade do que o original. Para ajudar os consumidores a compararem os preços, a entidade recomenda consultar o preço por unidade de medida: litro, quilo ou metro.