Felipe Worliczeck* e André Molina

O Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba anunciou nesta quarta-feira (10) os filmes selecionados de sua 12º edição, que ocorre entre os dias 14 e 22 de junho. Ao todo, serão 87 obras, entre curtas e longas-metragens, a serem exibidos no Cine Passeio e no Cineplex Novo Batel. São filmes nacionais e internacionais, que abrangem desde o cinema clássico ao contemporâneo, focado no cenário independente. Além disso, de 20 de junho a 4 de julho, por meio de uma parceria com o Itaú Cultural Play, diversos curtas brasileiros selecionados para o festival serão exibidos de forma online e gratuitas pela plataforma. 

O filme de abertura é o longa nacional “Casa Izabel” (2022), do cineasta paranaense Gil Baroni, eleito melhor filme no Festival de Cinema de Pernambuco em 2022. Na obra, homens crossdressers da alta sociedade revelam suas fantasias em uma Casa Grande, encontrando ali refúgio durante a ditadura militar. O filme de encerramento é “Agressor”, da cineasta Jennifer Reeder. A história retrata as contradições da sociedade norte-americana a partir de Jonny (Kiah McKirnan), enviada para morar com sua tia (Alicia Silverstone) após jovens mulheres desaparecerem na região. 

Em entrevista à Educativa FM, rádio parceira do evento, Antonio Gonçalves Junior, fundador e diretor do Olhar de Cinema, comentou sobre as novidades do festival. “Temos uma divisão nova das mostras do festival e criamos uma competitiva exclusiva para filmes brasileiros, além de uma premiação mais ampla, com categorias como direção, roteiro e atuação. Hoje, o Olhar de Cinema se consolida como o principal evento cinematográfico do Paraná, mas também um dos principais do Brasil e da América Latina”, comenta. 

A categoria “Competitiva Nacional" terá 14 filmes (8 curtas e 6 longa-metragens), todos lançados nos últimos anos. A categoria “Competitiva Internacional" conta com filmes de todos os continentes, incluindo coproduções de diversos países.

O Paraná é contemplado na categoria “Mirada Paranaense”, com 10 filmes produzidos no estado, incluindo os longas “Fale Comigo Verão: o Diário de um Cineasta Amador”, e “Solange”, ambos lançados este ano. Nove animações aparecem na sessão Pequenos Olhares, com obras internacionais e nacionais, do desenho ao stop-motion.

A categoria “Novos Olhares” abarca obras do mundo inteiro, todas com lançamento em 2023 ou 2022. A mostra “Exibições Especiais” conta com filmes recentes, como “O Muro dos Mortos”, de Eugène Green (2022). Camila Macedo, uma das curadoras do Olhar de Cinema, comenta sobre as produções contemporâneas da mostra. "Todos os filmes são imperdíveis, assisti-los é uma oportunidade única”.

O Canadá recebeu destaque em duas mostras diferentes. O cinema de Quebec é exibido na edição “Foco” deste ano, e o cinema de David Cronenberg é o tema desta edição do “Olhar Retrospectivo”, exibindo clássicos como “A Mosca” (1986). 

O destaque da edição “Olhares Clássicos” deste ano é o filme “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles” (1975), dirigido pela Chantal Akerman, considerado pela votação de 2022 da revista britânica Sight and Sound como o melhor filme de todos os tempos.

Estagiário, sob supervisão de Cristiano Castilho