Revista-zine curitibana homenageia Alejandra Pizarnik; lançamento é com música, no Wonka Bar 14/08/2023 - 14:39

A Obsoletos, revista-zine independente voltado à publicação de literatura em Curitiba, lança sua 7ª edição na terça-feira (5 de setembro), às 20h, no Wonka Bar. Neste número, a escritora e poeta argentina Alejandra Pizarnik (1936-1972) estampa a capa do periódico, que conta com poemas e contos de nina rizzi, Pedro Torreão, Natália Agra, Caio Bulla, Rafael Walter, Julia Raiz, André Piñero, Jussara Salazar, Lucas Silveira de Lavor, Yohan Barczyszyn e Victor Hugo Turezo, além das traduções de um poema de Alejandra, de um fragmento dos diários da autora e de uma carta sua endereçada a Julio Cortázar.

A intenção da escolha de Pizarnik como homenageada desta publicação também passa pelo propósito de evocá-la em um espaço de distribuição gratuito, ao lado de autores que dialogam intencionalmente ou que resvalam nos temas que se repetem por toda a sua obra: a morte, o silêncio, a linguagem e a intensa reivindicação sobre a não inscrição em um mundo configurado por ordenamentos apaziguadores e restritivos. “Publicamos sem qualquer retorno financeiro efetivo. Logo, o silêncio, a invisibilidade, faz parte do que produzimos e divulgamos, vide nossa última edição, que teve Jamil Snege na capa, o invisível maior de Curitiba, que neste ano completou 20 anos de sua morte e passou completamente despercebido pela cena cultural da cidade”, conta o escritor Yohan Barczyszyn, um dos idealizadores e editor de Obsoletos. 

Com ilustrações de Ricardo Humberto e projeto gráfico de Raphael de Lavor, Obsoletos é formada por egressos do curso de jornalismo interessados em ler, divulgar e, principalmente, fazer literatura. Com a proposta de homenagear artistas e autores que influenciaram os editores – Lucas Silveira de Lavor, Victor Hugo Turezo e Yohan Barczyszyn – em suas trajetórias formativas culturais, além de publicar textos de escritores e escritoras contemporâneos do Paraná e de outras partes do país, a publicação existe desde 2018. Inicialmente um fanzine, o projeto evoluiu ao longo de cinco anos para se tornar uma sólida publicação independente do circuito literário de Curitiba. Já estiveram na capa do periódico: Iggy Pop (2018); Roberto Bolaño (2018); Charles Mingus (2019); Charles Bukowski (2020); Hilda Hilst (2022); Jamil Snege (2023) e agora Alejandra Pizarnik.

Noite de música
Após o lançamento, o músico multi-instrumentista Érico fará uma apresentação com o melhor de seu repertório. Autor do EP "Desrealizar" (2018), do disco "Todo dia é domingo" (2019) e dos singles "Adeus" (2020), "Meter o vazare" (2022) e "Reencontro" (2023), é influenciado por diversas vertentes e o seu trabalho passa, principalmente, por elementos do folk, do pop experimental e da música popular brasileira. 

SERVIÇO
Lançamento de Obsoletos #7
Onde: Wonka Bar, Rua Trajano Reis, 326 - São Francisco
Quando: 5 de setembro, às 20h
Entrada e distribuição de exemplares gratuita

COLABORADORES DE OBSOLETOS #7
Lucas Silveira de Lavor é jornalista e revisor. Vive em Curitiba (PR). É um dos idealizadores e editor da revista Obsoletos.

Victor Hugo Turezo nasceu em Curitiba (PR). É jornalista. Traduziu, junto de Natália Agra, Bosque musical (Corsário-Satã, 2018), plaquete com poemas de Alejandra Pizarnik. É um dos idealizadores e editor da revista Obsoletos.

Yohan Barczyszyn é jornalista, escritor e editor. Sócio-fundador da empresa co.libris (@co.libris.editores), onde trabalha com leitura crítica, edição de texto e preparação de originais. Vencedor do edital de 2022 da editora Caminhos Literários, com a obra poética Ferragens; 1º lugar da 57ª edição do FEMUP (Festival de Música e Literatura de Paranavaí) na categoria “Conto”; semifinalista da 3ª edição do prêmio Pena de Ouro, organizado pela Casa Brasileira de Livros para todos os países de língua portuguesa. Atua há mais de dez anos no mercado editorial. É um dos idealizadores e editor da revista Obsoletos.

nina rizzi é escritora, tradutora, pesquisadora e professora. Formada em História pela UNESP e Mestra em Literatura Comparada pela UFC. Traduziu obras de Alejandra Pizarnik, Susana Thénon, bell hooks, Alice Walker, Toni Cade Bambara, Ijeoma Oluo, Abi Daré, entre outres. É autora de tambores pra n’zinga, a duração do deserto, geografia dos ossos, quando vieres ver um banzo cor de fogo e sereia no copo d’água, caderno-goiabada e do infantil A melhor mãe do mundo.

Natália Agra é poeta e editora. Nasceu em Maceió (AL) e vive em São Paulo. Publicou os livros de poesia De repente a chuva (Corsário-Satã, 2017) e Noite de São João (Corsário-Satã, 2020). Publicou também o livro infantil Os balões de Nise (IOGRAM, 2019). É uma das organizadoras da Desvairada - Feira de Poesia de São Paulo. Atualmente está preparando o seu novo livro de poemas, se não há de ser bonita a vida, devore-a, a sair ainda este ano pela Corsário-Satã.

Julia Raiz é trabalhadora da escrita. Doutora em estudos literários, escreve, traduz, grava o podcast Raiz Lendo Coisas e oferece oficinas. Faz parte do coletivo literário Membrana, é conselheira do Conselho Municipal de Cultura de Curitiba e agitadora cultural. Publicou livros e plaquetes: Diário: a mulher e o cavalo (Contravento, 2017), p/vc (7Letras, 2019), cidade menor (Primata, 2020), Terceiro Mistério (Lola Frita, 2021) e Metamorfoses do Sr. Ovídio (Arte e Letra, 2022). 

Pedro Torreão é recifense, sociólogo e poeta. Em São Paulo desde 2017, escreveu Pão Só (Urutau, 2021), livro que recebeu menção honrosa no Prêmio Maraã 2019. Lançou recentemente Alalázô (Aboio, 2023). Tem textos publicados em revistas e portais como Lavoura, Aboio, Primata e outras.

André Piñero é professor por formação, poeta por tentativa, e inúmeras outras ocupações por sobrevivência. Lançou seu primeiro livro, Copo americano, pela Editora Urutau em 2021. Até então, a única coisa mais próxima de literatura que escreveu além destes poemas foram boletins de ocorrência policial quando trabalhou em uma delegacia de periferia. Alguns poemas também podem ser encontrados em revistas digitais como Aboio, Torquato, Margem, etc. Cabe, porém, não se iludir com o etecetera. Nasceu em 1987, em Belém (PA). Atualmente reside em Manaus (AM).

Rafael Walter é ciclista e frequentador do Esquinas Bar e da Dona Inês. 

Jussara Salazar é escritora e artista visual. Publicou Inscritos da casa de Alice (1999), Baobá, poemas de Leticia Volpi (2002), Natália (2004), Coraurissonoros (Buenos Aires, 2008), Carpideiras (2011, com a Bolsa Funarte, ficando entre os finalistas do Prêmio Portugal Telecom na edição de 2012), O gato de porcelana, o peixe de cera e as coníferas (2014), Fia [2016], Corpo de peixe em arabesco (2019), O dia em que fui Santa Joana dos Matadouros (Prêmio Hermilo Borba Filho, 2020 e finalista do Prêmio Jabuti) e Bugra (2021). Tem sua obra publicada em diversas revistas e traduzida para o inglês, o francês, o espanhol e o alemão. É doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/São Paulo e Mestra em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná.

Caio Bulla nasceu em 1991, em Maringá (PR). Graduado em Direito, é servidor público na cidade de Palmas. Lançou o seu livro de estreia afiado, asfixiado, aficionado pela Editora Folheando, em 2022. Tem poemas publicados em diversos veículos, a exemplo das revistas Toró, Aboio e Ruído Manifesto.